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Resenha da Primeira Parte da Quinta Temporada de Stranger Things

 

A primeira parte da quinta e última temporada de Stranger Things é vista como um início ambicioso, intenso e, para alguns críticos, irregular. Lançada em quatro episódios, esta parte tem a missão de iniciar a conclusão épica da saga, mergulhando de vez na atmosfera sombria e na guerra total contra o Mundo Invertido.

Enredo: O Retorno à Essência e a Guerra Total

O Volume 1 é marcado por um cenário de devastação e tensão elevada em Hawkins, que agora está sob quarentena militar após as fendas abertas por Vecna.

  • Ameaça Consolidada: A temporada começa acelerada, com o Mundo Invertido avançando e o grupo de protagonistas unido por um único objetivo: encontrar e matar Vecna. A cidade está sendo consumida pelo medo e pela presença militar, com as rachaduras do "terremoto" se tornando a nova realidade.

  • O Arco de Will: Um dos pontos mais elogiados é o desenvolvimento do arco de Will Byers, que finalmente ganha o espaço merecido. Explorando sua sexualidade através da amizade com Robin, o personagem encontra sua voz e seu tema central (amadurecimento e aceitação). Sua conexão com Vecna é aprofundada, posicionando-o como uma espécie de "anti-Vecna".

  • Mistérios Focados: A fase final da série abandona mistérios amplos que guiavam arcos longos e foca em enigmas menores (de um ou dois episódios) para levar diretamente à ação e às revelações. O foco em Max em coma, por exemplo, evita resoluções fáceis e opta por uma abordagem paciente.

  • Reaproveitamento de Elementos: Há um retorno a uma estrutura de "novela", onde personagens desaparecem, núcleos se fragmentam e tudo converge para um grande embate final. No entanto, críticos apontam que a construção narrativa não foi tão refinada, e a sensação de recompensa vem mais pela circunstância do final do que pelo desenvolvimento em si.

Críticas e Elogios: Tensão vs. Inconsistência

Embora a ambição visual e a escala da ação sejam unanimemente elogiadas, a primeira parte não escapa de críticas:

 As sequências de batalha superam as anteriores em escala, com a produção visual impressionando ao retratar Hawkins devastada. A trama culmina em um gancho final (cliffhanger) que "obriga" o espectador a querer o próximo volume. Há uma sensação de que a temporada tenta "curvar" os atores, que visivelmente envelheceram, para que pareçam mais jovens, resultando em algo desconfortável ou estranho em vez de abraçar o crescimento natural dos personagens. Alguns críticos notam uma irregularidade e sentem que, por vezes, há excesso de conteúdo para preencher a duração. A alternância entre grupos de personagens faz com que momentos importantes sejam "perdidos" ou só retomados mais tarde, desafiando a coesão.

Veredito

O Volume 1 de Stranger Things 5 cumpre sua promessa de ser grandioso, sombrio e emocionante, preparando o terreno para a batalha final. Ele aciona as memórias afetivas dos fãs com referências aos anos 80 e a trilha sonora synthwave. No entanto, a execução é irregular, com o destaque narrativo chegando, por vezes, tarde demais, concentrado nos minutos finais. É um blockbuster que garante o entretenimento e deixa ganchos poderosos, mas que talvez não figure entre os melhores da televisão em termos de qualidade narrativa constante.

O Volume 2 de Stranger Things 5 está previsto para chegar em 25 de dezembro de 2025, com o Grande Final em 31 de dezembro de 2025.

Créditos: Henrique

Resenha Retro: Mortal Kombat de 2011, a aposta que deu certo!

Mortal Kombat (comumente chamado de MK9 ou MK 2011) foi o título que redefiniu a franquia e a trouxe de volta à sua glória, após uma era de jogos em 3D que muitos fãs consideravam terem diluído a essência da série.

Lançado pela NetherRealm Studios, este jogo é amplamente considerado por muitos fãs e críticos como o último jogo de luta "bem feito" daquela geração de consoles (PS3/Xbox 360) e, para alguns, o melhor da franquia.

Enredo: O Reboot Perfeito

MK9 é um "soft reboot" da franquia, reiniciando a história imediatamente após os eventos de Mortal Kombat: Armageddon.

  • Viagem no Tempo: A trama se concentra em Raiden, que, após ser derrotado no final do Armageddon, envia mensagens enigmáticas para o seu eu do passado.

  • Trilogia Clássica Revivida: O jogo reconta a história dos três primeiros títulos da saga (MK1, MK2 e MK3), mas com gráficos modernos e alterações no enredo devido à interferência e viagem no tempo.

  • Modo História Cinematográfico: Inspirado em filmes e no molde de MK vs. DC Universe, o jogo aprimorou o modo história, focando na sofisticação da narrativa. É considerado um modo história nunca antes visto em um jogo de luta.



Jogabilidade: O Retorno às Raízes 2D

A maior mudança mecânica foi o retorno à jogabilidade em plano 2D (lateral), mas utilizando modelos 3D.

  • Fluidez e Dinâmica: A jogabilidade é considerada fluida, rápida e com comandos responsivos. O equilíbrio entre diversão casual e profundidade competitiva foi mantido.

  • Barra Especial (X-Ray): Foi introduzido um sistema de Barra Especial (dividida em três níveis) que permite movimentos especiais mais fortes, breaker de combos, e o notório ataque X-Ray (que mostra o dano brutal causado aos ossos dos adversários em câmera lenta).

  • Fatalities e Brutalidade: O jogo honrou a tradição da série com a brutalidade clássica, incluindo a volta dos Stage Fatalities e dos Babalities.

  • Modo Tag-Team: O jogo trouxe de volta o modo Tag-Team (duplas), permitindo combinações únicas e lutas 2vs2 online.

Conteúdo e Ambientação

MK9 é elogiado pela vasta quantidade de conteúdo, o que aumenta sua longevidade:

  • Torre dos Desafios: Este modo é frequentemente citado como um dos favoritos. Ele se assemelha ao modo Konquest dos jogos clássicos, mas ampliado, oferecendo centenas de desafios com condições de luta específicas e minigames como "Teste sua Força" e "Teste sua Sorte".

  • Cripta: Permite desbloquear diversos conteúdos, embora em menor número que os jogos da era 3D, ainda é considerado muito bom.

  • Visual e Áudio: Os gráficos eram impressionantes para a época. O jogo é considerado o último a possuir a clássica atmosfera sombria da era Midway, com uma trilha sonora que atualiza músicas antigas, auxiliando na ambientação.

Conclusão

Mortal Kombat 9 foi um reboot de sucesso retumbante. Ele combinou o saudosismo da jogabilidade 2D clássica com uma narrativa moderna e cinematográfica, além de mecânicas inovadoras como o X-Ray e o Tag-Team.

É considerado um jogo quase perfeito e uma ótima porta de entrada para a saga, sendo um título obrigatório para os fãs de jogos de luta da época e um marco na revitalização da franquia.

Créditos: Henrique

Resenha: O Cavaleiro dos Sete Reinos – O Charme Simples da Fantasia Andante de George R.R. Martin

 

Título Original: A Knight of the Seven Kingdoms | Autor: George R.R. Martin (GRRM) | Gênero: Fantasia Histórica / Aventura | Publicação Original (Contos): 1998, 2003, 2010

Para os leitores exaustos da intriga política, da traição e dos massacres de As Crônicas de Gelo e Fogo, o livro O Cavaleiro dos Sete Reinos (que reúne as Crônicas de Dunk e Egg) é como voltar para casa após uma guerra. Ambientado 100 anos antes dos eventos de Game of Thrones, este livro conta três histórias (O Cavaleiro Andante, A Espada-Serviçal e O Cavaleiro Misterioso) que oferecem uma visão mais gentil e humana do mundo de Westeros.

1. Uma Dupla Improvável e Cativante

O livro é focado exclusivamente na dinâmica entre seus dois protagonistas:

  • Dunk (Sor Duncan, O Alto): Ele é o oposto dos heróis torturados de Westeros. Enorme em estatura e de coração nobre, Dunk é ingênuo, analfabeto e incrivelmente pobre. Sua jornada é simples: provar que é um verdadeiro cavaleiro, apesar de sua origem humilde. Ele representa o ideal clássico da cavalaria.

  • Egg (Aegon Targaryen): O escudeiro de 11 anos de Dunk é, na verdade, um príncipe da Casa Targaryen que esconde sua identidade para aprender sobre a vida do povo comum. Sua inteligência e seu senso de dever contrastam com a honestidade bruta de Dunk, criando um relacionamento de mestre e escudeiro profundamente terno e divertido.

2. A Inversão do Risco (O Tom Leve)

A grande diferença de O Cavaleiro dos Sete Reinos é o nível de ameaça. Enquanto os livros principais ameaçam o mundo inteiro, aqui, o risco é pessoal. O perigo reside na humilhação em um torneio, na falta de comida ou na quebra de um juramento.

  • Westeros Visto de Baixo: O leitor vê os Sete Reinos pela perspectiva de um cavaleiro andante que viaja de aldeia em aldeia e de castelo em castelo. Isso permite a GRRM detalhar os costumes, torneios e as complexidades sociais da época dos Targaryen antes da Guerra Civil (A Dança dos Dragões). O mundo parece, ironicamente, mais real e menos épico, um excelente contraponto à série principal.

3. O Foco na Honra e Mistério

Cada conto é estruturado como um mistério ou um desafio, seguindo os preceitos clássicos da fantasia de aventura.

  • Torneios e Intriga: O primeiro conto, O Cavaleiro Andante, foca em Dunk tentando participar de um torneio e defendendo a honra de uma mulher, encontrando a intriga e a arrogância dos nobres Targaryen no processo. O charme está nos pequenos detalhes da vida na estrada e no código de cavalaria que Dunk tenta seguir.

  • Conexões Históricas: Para os fãs, o livro é um tesouro. GRRM usa as histórias para preencher lacunas na história de Westeros, introduzindo personagens históricos que são apenas citados nas Crônicas de Gelo e Fogo, tornando a leitura obrigatória para os loremasters.

Veredito Final (Resenha)

O Cavaleiro dos Sete Reinos é a prova de que George R.R. Martin ainda pode contar histórias simples, cativantes e calorosas, mesmo em um mundo brutal. É um livro que celebra o lado mais romântico e aventureiro da cavalaria medieval, sem o cinismo da série principal. Se você procura um ponto de entrada mais suave no universo de Westeros ou apenas quer revigorar sua paixão pelos livros de Martin, esta é a leitura ideal.

Nota da Resenha: 9.0/10 - Uma aventura charmosa e essencial para preencher o passado de Westeros e se preparar para a nova série da HBO.

Créditos: Henrique

O Cavaleiro dos Sete Reinos: O Que Esperar da Nova Série de Game of Thrones

A Data Chegou! A HBO confirmou a data de estreia de O Cavaleiro dos Sete Reinos (também conhecida como Dunk e Egg), o mais novo spin-off do universo de Game of Thrones. A série está programada para o primeiro mês do ano.

Título Original: A Knight of the Seven Kingdoms

Data de Estreia: 18 de janeiro de 2026: (na HBO e HBO Max)

Gênero: Drama, Aventura Medieval

Episódios: 6 episódios (1ª temporada)

Baseado em: Os Contos de Dunk e Egg de George R.R. Martin

Status: Renovada para a 2ª temporada (prevista para 2027)

1. A Trama: 100 Anos Antes de Game of Thrones

A nova série é um prelúdio ambientado aproximadamente 100 anos antes dos eventos de A Guerra dos Tronos e cerca de um século depois de A Casa do Dragão.

A história é uma aventura itinerante e mais íntima, focada em uma dupla improvável:

  • Sor Duncan, O Alto ("Dunk"): Um cavaleiro andante (hedge knight) pobre, honrado e ingênuo, vindo da Baixada das Pulgas. Ele é grande em estatura, mas novo nos costumes da nobreza.

  • Egg (Aegon Targaryen): Um menino de 11 anos, escudeiro leal de Dunk e, secretamente, um membro da Casa Targaryen (neto do Rei). Ele esconde sua verdadeira identidade, inclusive raspando a cabeça para disfarçar os cabelos prateados, para poder experimentar o mundo fora da corte.

Juntos, os dois viajam por Westeros em busca de trabalho e aventura, enfrentando torneios, perigos e intrigas. O grande charme da série é que ela foca menos nos jogos pelo Trono de Ferro e mais nas questões sociais e nas tensões locais da época, mostrando Westeros de uma perspectiva menos grandiosa e mais pé no chão.

Curiosidade Histórica: Dunk e Egg não são personagens quaisquer. Nos livros, Sor Duncan, o Alto, se tornaria futuramente o Senhor Comandante da Guarda Real, e Egg viria a se tornar o Rei Aegon V Targaryen ("Aegon, o Improvável") — avô do "Rei Louco" Aerys II.


2. O Que Aventura Traz de Diferente

Enquanto House of the Dragon (A Casa do Dragão) foca no esplendor e na guerra civil dos Targaryen, O Cavaleiro dos Sete Reinos se destacará por:

  1. Tom Mais Leve: A série é mais uma aventura road trip do que um drama político sombrio, mais próxima de uma fantasia medieval clássica, embora mantenha a complexidade de Martin.

  2. O Foco na Cavalaria: A trama se desenrola em torno de torneios e costumes de cavalaria, explorando o que significa ser um "cavaleiro" em um mundo nem sempre honrado.

  3. Westeros em Paz: Passamos 100 anos antes da ascensão dos dragões e dos grandes conflitos. Os Targaryen estão no poder, mas os dragões estão extintos, dando à série um tom de "calmaria antes da tempestade".

As filmagens da primeira temporada (que adapta o conto O Cavaleiro Andante) terminaram em setembro de 2024, e o projeto já foi renovado para uma segunda temporada, garantindo que a jornada de Dunk e Egg continue por um bom tempo. A HBO já divulgou o trailer final, aumentando o hype para a estreia em janeiro. 

Créditos: Henrique

O Enigma de The Winds of Winter: O Status do Livro e os Vazamentos de Enredo (Dezembro/2025)

Obra: The Winds of Winter (O sexto livro de As Crônicas de Gelo e Fogo) | Autor: George R.R. Martin (GRRM) | Status: Em Progresso (Desde 2011)

A ausência de The Winds of Winter é, ironicamente, uma das maiores histórias do mundo pop atual. O próprio GRRM admitiu que o livro está "13 anos atrasado" (em 2025). Embora não haja "vazamentos" de cópias não autorizadas, o próprio Martin revelou vários capítulos e deu pistas cruciais sobre o que esperar.

1. O Status da Escrita (A Notícia Desanimadora)

O principal problema do livro não é a falta de interesse de Martin, mas a complexidade da narrativa e a sua falta de disciplina com prazos, agravada por seus muitos projetos paralelos (as séries spin-off da HBO).

  • Percentual de Conclusão: A estimativa mais recente de GRRM (datada de 2022/2023) indica que ele completou entre 70% a 75% do manuscrito, com cerca de 1.100 a 1.200 páginas escritas, mas ainda faltando entre 400 a 500 páginas para o livro, que deve ultrapassar as 1.500 páginas.

  • O Bloqueio e a Expansão: GRRM confessou que o desafio é amarrar as muitas pontas soltas (ele tem mais de 30 personagens com Ponto de Vista - POV) e fazer as histórias de A Festa dos Corvos e A Dança dos Dragões convergirem. Ele está tendo problemas em unir "uma dúzia de novelas, cada uma com um protagonista diferente".

  • A "Maldição" dos Projetos: A cada novo anúncio (como as novas séries spin-off de Game of Thrones), a fúria dos fãs aumenta, pois o autor "também ama essas outras coisas" e divide seu foco.

2. O Conteúdo Confirmado (Os Vazamentos de Enredo)

Ao longo dos anos, GRRM liberou vários capítulos de POV (Ponto de Vista) ou confirmou elementos cruciais da trama que acontecerão no livro:

A. A Chegada da Guerra

  • Grandes Batalhas Iminentes: O livro deve se iniciar com duas enormes batalhas: a Batalha de Meereen (na Baía dos Escravos) e a Batalha de Winterfell (no Norte).

  • Daenerys Targaryen: A Mãe dos Dragões finalmente abraçará o seu lema "Fogo e Sangue" e se tornará mais assertiva e brutal. Ela e Tyrion Lannister terão seus arcos convergidos em Meereen.

  • Os Outros: GRRM confirmou que a presença e a ameaça dos Outros (White Walkers) no Norte serão aprofundadas, explorando novas regiões ao norte da Muralha (como a Terra da Eterna Neve).

B. Os Arcos do Sul

  • Aegon Targaryen (Falso ou Verdadeiro): O enredo de Aegon VI (o suposto filho de Rhaegar) e a Companhia Dourada (Golden Company) deve ganhar grande destaque, com sua invasão a Westeros, possivelmente culminando na Batalha de Ponta Tempestade (Storm's End). Este é um ponto que a série da HBO cortou completamente.

  • Lady Stoneheart: A personagem (a ressuscitada Catelyn Stark) está viva nos livros e deve retornar ao enredo de forma significativa. Muitos fãs especulam que seu arco está ligado à Conspiração dos Meistres e ao enredo da Irmandade Sem Bandeiras (Brotherhood Without Banners).

C. Personagens Chave

  • Arya Stark: Ela continua sua jornada de treinamento com os Homens Sem Rosto (Faceless Men) em Braavos, e já foi confirmado que ela terá um capítulo onde pretende assassinar alguém (o hit-list continua).

  • Cersei e Tyrion: Cersei deve enfrentar seu julgamento de fé após ser presa em A Dança dos Dragões. Tyrion, por sua vez, continuará sua jornada em Essos até encontrar Daenerys.

3. A Previsão: 2026?

Muitos analistas de fãs têm se apegado à previsão otimista de que GRRM pode lançar o livro em 2026, coincidindo com o 30º aniversário de A Guerra dos Tronos. No entanto, o próprio autor não está satisfeito com o ritmo e continua a ter dificuldades com o manuscrito.

O Sentimento Comum: Muitos fãs, cansados de 15 anos de espera, já aceitam a possibilidade de que ele não termine o livro, ou que uma versão incompleta seja lançada postumamente.

Créditos: Henrique

Metal Gear Solid 2, fake news e a informação descentralizada

 


Quando pensamos em jogos que anteciparam debates sociais, políticos e tecnológicos, é difícil não colocar Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty no topo da lista. Lançado em 2001 — quando a internet ainda engatinhava e redes sociais eram ficção científica — o game de Hideo Kojima não só entregou stealth tático de ponta: ele previu com precisão assustadora a guerra de narrativas, as fake news, as bolhas sociais e a descentralização caótica da informação.

Vinte anos depois, jogar MGS2 parece menos revisitar um clássico e mais assistir a um documentário pronto sobre a sociedade digital.

A missão de Raiden e a verdadeira missão do jogador

Num primeiro olhar, o enredo segue a tradicional equação Kojimesca:
• agente especial → check
• terroristas → check
• reféns → check
• conspiração governamental → check

Mas, conforme avançamos, descobrimos que o jogo não quer apenas nos fazer infiltrar numa base inimiga. Ele quer nos colocar frente a frente com o maior antagonista do século XXI: o controle da informação.

E é no famoso diálogo final com a IA “Patriots” — um dos momentos mais densos da história dos videogames — que o jogo escancara a sua tese.



A inteligência artificial responsável por manipular toda a operação defende uma ideia inquietante:

O ser humano não é capaz de lidar com sua própria liberdade informacional.

Segundo ela, na era da informação ilimitada, as pessoas passam a:

  • buscar apenas dados que confirmem suas crenças;

  • ignorar qualquer opinião contrária;

  • formar bolhas que impedem a evolução das ideias.

É como se Kojima tivesse lido todos os estudos modernos sobre viés de confirmação, polarização e algoritmos — só que antes de eles existirem.

A IA argumenta que, sem um “filtro” centralizador, a sociedade desmorona sob o peso da própria desinformação. Um discurso que ecoa discussões atuais sobre moderação de conteúdo, deepfakes, câmaras de eco e manipulação algorítmica.



O meme, Dawkins e os elefantes da razão

Se hoje falamos de “memes” como figuras engraçadas, MGS2 nos lembra do conceito original de Richard Dawkins: a menor unidade cultural de informação, sujeita à seleção natural.

Só que, no mundo digital, essa seleção se inverte.

O jogo dialoga com a mesma ideia apresentada por Jonathan Haidt:

  • nossa intuição é o elefante, que decide tudo primeiro;

  • nossa razão é apenas o condutor, que corre atrás justificando.

Ou seja:
não pensamos → racionalizamos aquilo que queremos acreditar.

E é essa lógica que transforma a internet em terreno fértil para fake news: a verdade deixa de ser um critério biológico ou lógico — ela vira um produto emocional.

A IA de MGS2 se apresenta como herdeira direta dos valores americanos, formada na própria Casa Branca. Ela acredita ser a evolução lógica do pensamento político e, portanto, digna de decidir o que deve ou não ser transmitido às futuras gerações.

Mas há um problema fundamental:

Não existe filtro neutro.

Se substituímos um sistema centralizado humano por uma máquina, continuamos presos a um conjunto de valores — apenas escondido atrás de uma fachada de objetividade.

Assim como a mídia tradicional nunca foi verdadeiramente imparcial, um supercomputador também carregaria sua própria ideologia, ainda que em forma de parâmetros, seleções e algoritmos.

Centralizar resolve? MGS2 diz que não — e a ciência também

Os debates modernos sobre regulação da internet giram exatamente em torno disto:

  • Moderação impede desinformação?

  • Ou cria monopólios narrativos perigosos?

  • É possível ser neutro ao filtrar conteúdo?

  • E quem deve decidir o que é verdade?

Kojima responde antes de todo mundo:
centralizar não resolve, apenas muda o dono do problema.

Mesmo que uma IA eliminasse as fake news “tecnicamente”, nada impediria que pessoas interpretassem fatos de maneira enviesada. A psicologia humana continuaria funcionando do mesmo jeito — sempre guiada pelo elefante. Num ambiente descentralizado, veículos confiáveis sobrevivem porque o público reconhecerá valor no rigor e na transparência. E os tendenciosos também existirão — mas serão identificados e criticados abertamente.

Esse “livre mercado da informação” é mais saudável que qualquer IA onisciente filtrando o mundo.

Créditos: Henrique

ESSBNews #02: CCXP Bomba com Lançamentos Panini e Retorno Aguardado de Metroid

 A semana foi quente, com a Comic Con Experience (CCXP) 2025 em pleno andamento e anúncios que definem a leitura e a jogatina para 2026. Acompanhe os destaques que você precisa saber.

🎮 Games: Metroid, Marvel e Red Dead Lançam em Peso

Dezembro de 2025 não é um mês de "descanso" para os gamers. O que antes era um período morno se transformou em uma corrida de lançamentos de peso que encerram o ano em alta:

  1. Metroid Prime 4: Beyond (4 de Dezembro): O título mais aguardado pelos fãs da Nintendo finalmente chegou. Lançado para Nintendo Switch e o novo Switch 2, este novo capítulo de Samus Aran promete expandir a saga Prime e ser o grande presente de Natal da Big N.

  2. Marvel Cosmic Invasion (1º de Dezembro): Para quem sentia falta de um bom beat 'em up clássico, o novo jogo da Dotemu (mesmo estúdio de TMNT: Shredder's Revenge) chegou para todas as plataformas. Com mais de 15 heróis jogáveis (incluindo Homem-Aranha, Wolverine e Capitão América) e foco na ação cooperativa para até 4 jogadores, o game já está disponível no catálogo do Game Pass.

  3. Red Dead Redemption (Atualização de Nova Geração): A Rockstar lançou uma atualização crucial para o clássico Red Dead Redemption, que agora recebe versões nativas e aprimoradas para PlayStation 5, Xbox Series X|S e Switch 2, permitindo que a aventura original de John Marston seja jogada com upgrades de hardware.

  4. Outros Destaques: O aguardado DLC de Elden Ring, Nightreign: The Forsaken Hollows, e o jogo de terror psicodélico Sleep Awake também estão entre os lançamentos mais notáveis deste fim de ano.

📚 Quadrinhos: CCXP Anuncia Crossovers e Retornos Clássicos

A Panini Comics usou os painéis da CCXP 2025 para revelar seus grandes lançamentos para 2026, com foco em coleções de luxo e crossovers que pareciam impossíveis:

  • Marvel vs. DC: O Crossover: O rumor se confirmou! A Panini anunciou um novo crossover entre as duas gigantes, destacando um inusitado encontro entre Deadpool e Batman. Outros encontros como Demolidor/Arqueiro Verde e Capitão América/Mulher-Maravilha também foram prometidos.

  • DC Absoluta: O evento Crise nas Infinitas Terras, um dos mais importantes da DC (e que citamos em nossa resenha de Crise de Identidade!), ganhará uma coleção completa e definitiva, com 14 volumes.

  • Clássicos Marvel: A editora confirmou as edições comemorativas para 2026, incluindo a celebração dos 35 anos de Wolverine: Arma X (em versão Noir) e o relançamento da saga Heroes Reborn (que revisita as origens de Capitão América, Thor e Quarteto Fantástico).

Para quem perdeu algum post esta semana, aqui está um resumo das análises mais recentes publicadas no ESSB Blog:

📜 Mistérios e Conflitos na DC Comics

  • Crise de Identidade (Resenha): Exploramos o thriller de mistério de Brad Meltzer, discutindo o assassinato de Sue Dibny e o pacto de silêncio da Liga da Justiça. A análise questiona o preço da identidade secreta e o colapso moral dos maiores heróis da DC.

🧠 Conspiração e Criptografia com Dan Brown

  • O Código Da Vinci (Resenha): Analisamos o fenômeno cultural que misturou arte, história e conspiração. Discutimos como o livro popularizou a figura de Robert Langdon e como a polêmica do Santo Graal (Maria Madalena) manteve o ritmo frenético da narrativa.

  • Fortaleza Digital (Resenha): Um mergulho no thriller tecnológico anterior, que já em 1998 previa os debates de hoje sobre privacidade vs. segurança nacional e a ameaça de um código inquebrável à NSA.

⚔️ O Legado de Super-Heróis e o Crossover Épico

  • Planeta Hulk (Resenha): Acompanhamos a jornada de traição do Hulk, sua ascensão como Rei de Sakaar e a tragédia que o transforma no Destruidor de Mundos (Worldbreaker). Uma obra-prima do gênero gladiador na Marvel.

  • Super Mario Bros. Z (Resenha Retrô): Resgatamos o icônico crossover em Flash do Newgrounds. Foco na animação de sprites de Alvin Lee e como a série uniu os universos Mario e Sonic sob a intensidade das lutas de Dragon Ball Z.

Créditos: Henrique

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