Postagens Especiais (CLIQUE NO BANNER)

http://essb-nero.blogspot.com.br/p/lista-de-comics.html

Crítica: X-Men: Primeira Classe

Antes mesmo de sua estreia X-Men: Primeira Classe era dado como um fracasso certo tanto pelo público como pelos especialistas. O projeto enfrentou diversas e complicadas fases, primeiro a ideia em si de contar a história dos clássicos personagens criados por Stan Lee e Jack Kirby após três filmes parecia nada mais do que uma maneira de ganhar mais dinheiro; Depois o filme teve o seu roteiro escrito por cinco pessoas diferentes: Ashley Miller, Jack Stentz, Jane Goldman, o produtor e diretor dos filmes anteriores dos mutantes Bryan Singer  e também o diretorMatthew Vaughn (Kick Ass), tantas opiniões diferentes é quase sempre garantia de um roteiro ruim. Acrescente que filme é produzido pela 20th Century Fox conhecida por fazer péssimos filmes de heróis e que para ajudar divulgou péssimos trailers e horríveis pôsteres.
Apesar de todos estes motivos para dar errado, X-Men: Primeira Classe é uma grata surpresa e trouxe ao público um dos melhores filmes do ano e o melhor já feito sobre os conhecidos mutantes. O filme já virou um exemplo a ser seguido, equilibrando da maneira certa diversão, ação, drama e uma história que poderia ser contada em qualquer bom filme sem a necessidade inclusive dos próprios mutantes.
Nos quadrinhos de tempos e tempos surge a ideia de reinventar os personagens mudando um pouco da sua história as vezes de décadas para encaixá-los nos tempos atuais e é exatamente isso que os roteiristas fizeram neste filme. Esqueceram  completamente a história original dos personagens de Lee e Kirby e sem nenhuma licença poética reinventaram a história dos mutantes de uma maneira mais real, mas sem mudar o que mais importa que são as características individuais e personalidades de cada um.
A trama ambientada nos anos 60 se centraliza na reação de como os humanos vão lidar com a descoberta dos mutantes e a situação ganha ainda mais tensão por essa descoberta acontecer no meio da Guerra Fria entre EUA e Rússia. Para apresentar ao público essa história o ótimo diretor Matthew Vaughn preferiu centralizar a história nos personagens e não em cenas de ação (o filme tem sim várias delas e são todas ótimas) mostrando cada um deles e os motivos que os levaram a ser como são. Tudo é explicado e encaixado de uma maneira tão real que o público consegue entender até porque os mutantes maus escolheram este lado.
Todas essas qualidades do roteiro ficam claras quando o longa apresenta o início da clássica dupla Erik Lensher (Michael Fassbender) , o futuro Magneto e Charles Xavier (Matthew Vaughn), o futuro Professor X. O diretor Matthew Vaughn teve a coragem de recriar a clássica cena do primeiro X-Men quando o jovem Erik é tirado dos seus pais pelos nazistas e manifesta pela primeira vez seus poderes e sem entregar grandes surpresas o filme prolonga essa cena e explica o que aconteceu com o garoto nocampo nazistas. Do outro lado da moeda temos Charles Xavier um garoto idealista que acredita no ser humano desde pequeno e vindo de uma vida mais rica, dedicou-se quase toda a sua vida para entender melhor seus poderes e a evolução dos humanos em mutantes.
Michael Fassbender faz uma atuação magnífica como Magneto trazendo um lado mais James Bond para o personagem de um homem marcado pelas horríveis lembranças do seu passado e ao final do filme é possível entender e até respeitar os motivos que o levaram se tornar um dos maiores vilões da história. McAvoy segue seu estilo mais reprimido e consegue capturar as principais características de Charles Xavier, um jovem que nasceu fadado a ter grandes responsabilidades e um professor nato. Só que também conhecemos outros lados do personagem, um homem que também usa sua inteligência para ser dar bem com as garotas, é charmoso e curiosamente engraçado.
Enquanto temos a dupla principal e mais conhecida, o filme acerta muito mais em mostrar a história da Raven, a Mística, interpretada pela jovem e mais que promissora atriz Jennifer Lawrence. A personagem que nos filmes anteriores era uma coadjuvante de luxo, neste funciona como uma ligação entre Charles e Magneto, ela consegue em vários momentos do filme mostrar os dois lados do bem e do mal. Através dos olhos da Mística conhecemos um pouco mais sobre os outros personagens e sobre ela mesma e a complexidade e traumas que a levaram ter por causa dos seus poderes.
Em um roteiro tão encaixado e que abre espaço para conhecermos todos os personagens da Primeira Classe dos X-Men: Destrutor (Lucas Till), Fera (Nicholas Hoult), Banshee (Caleb Landry Jones), Darwin (Edi Gathegi) e Angel (Zoe Kravitz). Todos eles têm seu espaço na trama e servem para trazer um pouco de humor e de um ar adolescente para a história. A cena em que eles escolhem seus codinomes e apresentam seus poderes é uma das melhores do filme e serve como uma ponta para as aulas que terão para dominar suas habilidades.
Por mais incrível que pareça sobra tempo para o filme ter um grupo de vilões, talvez o único ponto fraco da história. O Clube do Inferno liderado por Sebastian Shaw (Kevin Bacon) e seus três “capangas” Emma Frost (January Jones), Azazel (Jason Flemyng) e Maré Selvagem (Álex González) servem mais para criar aquela clássica história dos mutantes do bem contra os do mal. Kevin Bacon consegue dar uma nova cara para o personagem funcionando como um vilão perfeito para a história, pena que seus comandados só servem para participar das cenas de ação. Já January Jones faz uma atuação patética estragando a oportunidade de mostrar melhor uma das melhores vilãs dos X-Men.
Com uma boa história e atuações, não poderia faltar em um verdadeiro blockbuster grandes cenas de ação. Vaughn soube encaixar pequenas cenas com os poderes dos mutantes ao longa da história, todas elas servindo como uma preparação para o grande clímax onde todos os personagens usam seus poderes ao extremo. O competentíssimo final da história é a cereja no topo do bolo de uma grande história que chega ao seu clímax (com muita tensão) no momento que define o futuro da dupla Charles Xavier e Magneto.
X-Men: Primeira Classe é muito mais do apenas mais uma adaptação de quadrinhos para o cinema é um espetacular filme. Encontra sua perfeição na ousadia de reinventar não só a história nos quadrinhos mas também como as dos filmes anteriores, sem medo de arriscar e conseguindo desta maneira mostrar os motivos que levaram a esses personagens a serem amados por tantas pessoas.

Creditos:Onaga

Nenhum comentário:

Comentários Plugin in Facebook

Pesquisar este blog