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Resenha Retrô: Beyond: Two Souls (PS3) – O Drama Estelar, Astral e Controversamente Linear

 


Plataforma Original: PlayStation 3 (e remasterizado para PS4) | Desenvolvedora: Quantic Dream | Diretor/Escritor: David Cage | Lançamento: 2013

Lançado em 2013, Beyond: Two Souls foi a ambiciosa tentativa da Quantic Dream de superar o sucesso e o impacto emocional de Heavy Rain. Desta vez, o diretor David Cage trocou o thriller policial por uma jornada épica de ficção científica e drama sobrenatural, apoiada por um orçamento cinematográfico e a presença de estrelas de Hollywood: Elliot Page (como Jodie Holmes) e Willem Dafoe (como Nathan Dawkins).


1. A Premissa: Uma Vida Conectada

O jogo conta a história de Jodie Holmes, uma jovem ligada desde o nascimento a uma misteriosa entidade espiritual chamada Aiden. Esta entidade é invisível para os outros, mas tem o poder de mover objetos, possuir pessoas e proteger Jodie de danos, servindo como seu guardião e sua maldição.

A trama é narrada de forma não linear, saltando para frente e para trás na linha do tempo da vida de Jodie (desde a infância até a vida adulta), explorando como sua conexão com Aiden a moldou, a colocou em risco e a transformou em um experimento da CIA.

2. O Estilo Cinematográfico e o Elenco de Peso

O maior destaque de Beyond é a sua qualidade cinematográfica.

  • Captura de Performance: O uso da tecnologia de captura de performance (mocap) de ponta da época fez com que Elliot Page e Willem Dafoe entregassem atuações incrivelmente detalhadas, elevando o drama a um nível raramente visto em jogos. Os momentos silenciosos, cheios de emoção, são frequentemente aclamados como o ponto alto do jogo.

  • A Relação Aiden-Jodie: A jogabilidade central envolve controlar Jodie (com os controles de QTEs e ações) e, a qualquer momento, alternar para Aiden (controlado pelo segundo analógico), usando suas habilidades para resolver enigmas, proteger Jodie ou atacar. Essa dualidade é a força motriz e o desafio mecânico do jogo.

3. A Polêmica: Menos Escolha, Mais Roteiro

Apesar do elenco de estrelas e da premissa intrigante, Beyond foi recebido com mais divisões do que Heavy Rain.

  • O Caminho Único: A grande crítica é que, ao contrário da narrativa ramificada de Heavy Rain, o caminho de Jodie Holmes é muito mais linear. Embora as escolhas determinem como as cenas terminam (com sucesso, falha ou morte de personagens secundários), elas raramente alteram significativamente o próximo grande evento da trama. Isso fez com que muitos jogadores sentissem que estavam apenas assistindo a um filme interativo, e não moldando ativamente a história.

  • A Ordem Cronológica: A natureza não linear da história (que pula no tempo) é ambiciosa, mas muitas vezes prejudica o ritmo e a construção de tensão. A Quantic Dream posteriormente lançou uma opção para jogar em ordem cronológica, que muitos fãs consideram a forma ideal de vivenciar a narrativa.

Veredito Final (Resenha Retrô)

Beyond: Two Souls é um experimento ousado e visualmente impressionante. Sua força reside no drama humano e nas performances de altíssimo nível, que ainda hoje se destacam. Se você busca uma experiência profundamente emocional, com temas de isolamento, identidade e a vida após a morte, Beyond é um título valioso. No entanto, se você espera a complexidade de ramificação de Heavy Rain, pode se sentir frustrado pela rigidez do roteiro.

Nota da Resenha Retrô: 8.0/10 – Um triunfo técnico e emocional do PS3, mas um passo atrás em termos de liberdade narrativa interativa.

Créditos: Henrique

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